O nascimento de uma criança compreende a ruptura de uma realidade na família, uma vez que os pais devem alterar as rotinas para cuidar do bebê. O fato de a criança ser dependente, a amamentação e a mudança de hábitos diários podem ser grandes desafios a serem enfrentados, principalmente pela puérpera (mãe no período pós-parto).
Desse modo, podem surgir alterações de humor, como tristeza, depressão, agitação, alterações do ritmo circadiano, do sono e da alimentação. Na verdade, as condições psicossociais são cada vez mais prevalentes. Contudo, na maioria das vezes elas são transitórias e não necessitam de tratamento especializado por longo período. Entenda melhor essas alterações e como preveni-las.
Disforia pós-parto
Também chamada de blue syndrome, trata-se de alterações do humor transitórias e autolimitadas, caracterizadas por choro fácil, tristeza e pouca vontade de fazer as coisas relacionadas com o filho, apesar da consciência de cuidado com o bebê. Consiste no transtorno pós-parto mais comum, afetando até 60% das puérperas. Geralmente, se inicia no terceiro dia e desaparece, de forma espontânea, no décimo quarto dia. Por isso, diz-se que a disforia pós-parto tem um curso benigno, isto é, de curta duração.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto ocorre com maior frequência em mães adolescentes; nas que tiveram depressão ou ansiedade previamente; nas que têm pouco suporte social; e nas que passaram por algum evento traumático durante a gestação.
O quadro se inicia após quatro semanas do parto, com sintomas de insônia, instabilidade emocional, cansaço extremo, falta de vontade de realizar as tarefas e tristeza profunda. A depressão pós-parto tem a particularidade da interação mãe-filho, uma vez que ela pode se recusar a cuidar do bebê, além de apresentar comportamentos de negação ao filho, nos casos mais graves.
O diagnóstico é feito pelo médico psiquiatra, a partir da entrevista e identificação de fatores de risco. Devem ser excluídas outras desordens hormonais ou transtornos mentais diferentes, que também cursam com sintomas depressivos. O tratamento para essa condição é individualizado e pode abranger psicoterapia e medicação. Caso haja histórico pessoal ou familiar de transtornos depressivos ou psicóticos, é necessária a consulta precoce a um médico.
Prevenindo a depressão pós-parto
Melhor que remediar os sintomas depressivos é prevenir que eles aconteçam. O método para isso é, principalmente, cuidar da saúde mental da mãe e evitar os fatores de risco. Além disso, há outras dicas também importantes. Veja abaixo as principais recomendações:
- alimente-se bem, com produtos naturais, se possível, e em quantidades satisfatórias;
- evite alimentos com cafeína e álcool;
- peça ajuda a alguém de confiança, a fim de que você consiga tempo para dormir;
- faça exercícios físicos regularmente;
- mantenha vínculos de amizade e se proporcione tempo para realizar hobbies;
- evite o isolamento social;
- conserve os pensamentos positivos;
- não se furte de pedir ajuda aos profissionais: médicos e psicólogos;
- medite: meditação guiada aumenta os circuitos neuronais que causam boas sensações;
- apegue-se à sua fé e se aproxime da figura divina que você crê.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!